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O IRONMAN 70.3 World Championship em Marbella

  • Foto do escritor: Gabi
    Gabi
  • 5 de nov.
  • 7 min de leitura

Atualizado: 7 de nov.


70.3 World Championship Marbella

Marbella será a paisagem perfeita do IRONMAN 70.3 World Championship em 2025, nos dias 8 e 9 de novembro. Quando a sede da prova foi anunciada, minha primeira reação foi de entusiasmo, essa parte da Espanha, a Andalucia, é um charme e as praias um luxo só, o que faz uma dupla perfeita esporte-turismo, quem conhece a # marbslife sabe o que estou falando. A cidade, na Costa del Sol, é um encontro entre mar, montanhas e muita cultura. É um lugar onde o esporte parece fazer sentido. E o fato de esta edição encerrar a IRONMAN Pro Series adiciona ainda mais peso a tudo o que vai acontecer ali, é muita coisa em um mesmo evento.


A escolha de Marbella não foi por acaso. A região já tem histórico com eventos esportivos internacionais, oferece infraestrutura consistente e, principalmente, um cenário que naturalmente cria uma prova seletiva (vide o percurso do ciclismo). É uma daquelas cidades em que o percurso conversa com o atleta o tempo todo. E eu estou muito empolgada para acompanhar cada minuto


O percurso do IRONMAN 70.3 World Championship em Marbella


A largada acontece em Puerto Banús, em mar aberto, mas é o mar Mediterrâneo, que é tipicamente calmo e claro. Novembro costuma trazer águas frias (bem frias), então a natação exige atenção e ritmo estável, e tudo pode acontecer. O percurso de Marbella é daqueles que não perdoam erros de dosagem. Trata-se de uma volta de 90 km com mais de 1.700 m de elevação, pois é… duro. A prova começa de forma suave, quase enganosa, ao longo da “Golden Mile”, um trecho rápido, plano, maaaas isso dura pouco, o ciclismo muda de personalidade e aí pega mesmo... a subida até Ojén é constante, longa e sem pontos fáceis de recuperação. Não é uma parede mas uma subida de administração. No topo, o terreno não entrega descanso real. A descida em direção a Monda e Coín é rápida, técnica e pede confiança, especialmente se houver vento lateral, algo frequente na região. O retorno pela mesma elevação torna o percurso ainda mais seletivo: voltar a escalar quando o corpo já sente o peso da primeira metade. É um trecho que não entrega a conquista, mas cobra caro de quem erra. Na volta para a T2, a descida é técnica e vai exigir muita calma e concentração.

A corrida finaliza com uma meia maratona dividida em duas voltas pela orla. É um percurso que permite ritmo, mas só para quem chega inteiro depois da bike. Em uma prova como essa, a corrida revela quem distribuiu bem a energia desde o início, porque só quem tiver pernas para correr vai conseguir decidir.


Os nomes da disputa


No feminino, Taylor Knibb (EUA) tentará conquistar seu quarto título mundial seguido no 70.3, mas não podemos deixar a Lucy Charles-Barclay (GBR) de lado, ela é muito experiente e altamente competitiva, a campeã mundial no 70.3 em 2021 e no IM em 2023 não vieram por acaso. As duas chegam após o abandono em Kona (eu realmente fiquei triste pelas duas), então a condição física delas ainda é uma incógnita (não tenho uma favorita, gosto das duas). Se a disputa abrir espaço, Kat Matthews (GBR) aparece como forte candidata, essa mulher voa na corrida, ela foi vice nas duas últimas edições e segue brigando ponto a ponto com Solveig Løvseth (NOR) pelo título da IM Pro Series, que será decidido em Marbella.

Outros nomes importantes no start list incluem Laura Philipp (ALE), que também tem uma corrida forte e é uma atleta experiente e a Paula Findlay (CAN) que também já tem muita experiência na distância; também é bom ficar de olho na Ellie Salthouse e na Caroline Pohle, além das britânicas Georgia Taylor-Brown e Jess Learmonth, que farão sua estreia no Mundial 70.3.


No masculino, o belga Jelle Geens chega para defender o título mundial do 70.3, mas terá uma disputa pesada pela frente. Os campeões mundiais Rico Bogen (ALE), Kristian Blummenfelt (NOR) e Gustav Iden (NOR) estão confirmados, assim como Casper Stornes (NOR), atual campeão mundial do IRONMAN, que fará sua estreia em mundiais de 70.3 após ter ficado de fora no ano passado por uma queda.

Os noruegueses devem ser o grande foco da prova (um pouco de marketing também né), especialmente porque Blummenfelt, Stornes e Iden chegam ocupando as três primeiras posições no ranking da IRONMAN Pro Series, com diferença pequena de pontos, o que promete uma disputa direta entre eles. Infelizmente o meu preferido, o Sanders, não vai participar devido a uma grave lesão que já tinha tirado ele de outras competições anteriores, mas ele vai voltar!!!!


Mesmo assim, o pódio não está garantido. Atletas como Ben Kanute (EUA), que corre muito, além de Magnus Ditlev e Daniel Bækkegård (DIN), já sabem o que é subir ao pódio em mundiais de 70.3 e podem surpreender. Além disso, nomes como Kristian Høgenhaug, Nick Thompson e Rudy Von Berg têm chance de subir no ranking final da Pro Series dependendo do resultado em Marbella. Também não vamos subestimar as reais chances do Hidalgo de beliscar um TOP5, e quem sabe um pódio...


Brasileiros em Marbella


Miguel Hidalgo entra no Mundial de 70.3 em um momento de boas conquistas recentes. Segundo colocado no ranking global da WTCS (antiga ITU) em 2025, campeão do 70.3 Brasília 2025 e autor da primeira vitória brasileira em uma etapa da Série Mundial (Alghero) que foi sensacional é, hoje, um atleta que sabe vencer provas grandes. Seu estilo que eu gosto muito de natação agressiva, ciclismo eficiente e capacidade de sustentar ritmos longos na corrida acho que vai bem com o percurso de Marbella. Mas tem só uma coisa que me incomoda, ele enfrentará atletas com histórico na meia distância e leitura de prova muito experiente na distância. Para se colocar ai entre os TOP 10 que ele tem chances reais, Hidalgo precisará ser disciplinado no ciclismo e entrar na corrida com margem para acelerar bem do jeito que ele gosta, se depender da torcida ele está bem haha.


Djenyfer Arnold já vem com uma história diferente mas consistente, apesar de ser uma das brasileiras mais fortes do triathlon atual com grandes conquistas: Ouro por equipe no Pan de Santiago 2023, campeã do IRONMAN 70.3 Brasília, 70.3 São Paulo e do 70.3 Florianópolis (com aquela chegada linda que eu vi e gritei junto!) também foi campeã do Pan-Americano de Triathlon 2025. Todo esse conjunto mostra como o processo de reconstrução depois da lesão não só funcionou como elevou Djenyfer a um novo patamar na meia distância. Em Marbella, vai ter que fazer uma natação forte para se posicionar (que ela é forte), saber dosar no ciclismo que esse acho que ela vai ter que ter muita cabeça e técnica, depois vai ter que voar na corrida. Ela vai estar diante de fortes atletas e vai ter que se esforçar muito, mas eu acho que ela deve causar uma boa impressão e quem sabe já marcar sua presença entre ai umas TOP 15.

Onde assistir e que horas

No Mundial do 70.3 a disputa feminina e masculina são em dias diferentes, no sábado a disputa feminina inicia as 03:50am em horário de Brasília No domingo será a vez dos homens, largando também as 03:50am no horário de Brasília. Ambas as provas terão transmissão ao vivo pelo youtube do IRONMAN. A transmissão ao vivo da prova também promete, pelo menos pra mim que sou fã de todos que irão narrar. A narração ficará a cargo de Michael Lovato, voz histórica do IRONMAN, acompanhado por dois nomes que conhecem bem o pódio de Kona como poucos: Mirinda Carfrae (ela já veio ao Brasil e eu achei ela muuuito simpática), além claro da leitura dela sobre as provas, e Craig Alexander que também fala muito bem, lembrando que ambos São tricampeões mundiais.

Além disso algumas participações de Daniela Ryf, cinco vezes campeã mundial do IRONMAN e dispensa qualquer apresentação né, e Sam Laidlow, campeão mundial do IRONMAN em 2023 esse eu não sou tãaao fã, mas ele fala bem.

Marbella como destino


Marbella em novembro tem outra cadência. O sol é mais suave, o ritmo da cidade desacelera, e o contraste entre mar e serra fica ainda mais presente. Isso cria um ambiente perfeito para quem vai competir, recuperar ou simplesmente desacelerar depois.

Alguns lugares que valem a visita:


• Centro Histórico (Casco Antiguo): ruas estreitas, paredes brancas, cafés pequenos.

• Plaza de los Naranjos: um lugar agradável para sentar e observar a cidade.

• Puerto Banús: onde tudo começa, e onde sempre há movimento.

• Avenida del Mar: passeio com esculturas de Dalí, ideal para uma caminhada leve.

• Dunas de Artola, em Cabopino: um respiro mais natural e silencioso.

• Mirador La Concha: para quem, depois da prova, ainda tiver vontade de subir.

• Ojén e Monda: vilarejos serranos que ajudam a entender o terreno da bike.


Na gastronomia, vale buscar:


• Espetos de sardinha na brasa.

• Arroz negro com frutos do mar.

• Salmorejo, para dias quentes.

• Peixes frescos grelhados na costa.


Para chegar, o aeroporto mais próximo é Málaga (AGP), a cerca de 50 km. Quem quiser praticidade pode alugar um carro, mas quem ficar perto do centro ou da orla consegue fazer muito a pé.


Uma reflexão pessoal


A cada ano, o IRONMAN 70.3 World Championship acontece em uma nova cidade. Isso faz parte da alma da prova: viajar para competir é viajar para viver. São lugares, climas, altimetrias, idiomas e culturas diferentes, e tudo isso vai entrando na memória de quem está ali.

Eu escrevo este texto como quem conhece essa sensação. Sou triatleta, e também fundadora da Soul Sports Travel, uma agência que nasceu justamente dessa intersecção entre esporte e experiência. Nosso objetivo é tornar a viagem do atleta mais leve e cuidada, permitindo que a energia fique onde deve estar: no treino, na cabeça e no coração da prova.

Marbella é um destino que conversa com essa ideia. É um lugar onde é possível competir com intensidade e, no dia seguinte, caminhar devagar pela cidade, comer bem, tomar um café ao sol e respirar.


E isso, no fim das contas, é parte do triathlon também.

 
 
 

2 comentários

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Ivone Tarini
07 de nov.

Amo MARBELLA y Puerto Bannus es el punto de encuentro de los magnatas, en verano Puerto Bannus sí transforma , con la llegada de los turistas de todo el mundo.

Las tiendas de grife están por todo puerto Bannus, y los restaurantes están a top, hay que hacer reservas antes.

Estuve ahí en este verano .

Agosto el calor 🥵 llega a ultrapasar los 40 grados.

Recomiendo probar las sardinas en la brasa en los chiringuitos de las playas.

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Priscila Pinto
07 de nov.

Que top! Com certeza será inesquecível para quem participar! 👏🏻👏🏻👏🏻👏🏻

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